Os alunos pesquisaram, testaram e produziram diferentes composições de bioplástico, utilizando ingredientes acessíveis, de casca de banana à polvilho.
Alunos do Senac desenvolveram um projeto que alia ciência, criatividade e consciência ambiental: a produção de bioplásticos como alternativa sustentável às sacolas plásticas tradicionais, usadas em supermercados. A proposta surgiu dentro do projeto integrador, componente curricular da instituição, onde o objetivo é articular conhecimentos do curso, com foco em soluções para sociedade. Os jovens fazem parte do curso de aprendizagem profissional do Senac e têm entre 14 e 24 anos.
Com o tema “Bioplástico: substituição do plástico convencional na busca por sustentabilidade”, os estudantes pesquisaram, testaram e produziram diferentes composições de bioplástico, utilizando ingredientes acessíveis como casca de banana, batata inglesa, amido de milho, tapioca, gelatina incolor e polvilho doce.
“Tanto na parte teórica quanto na prática, tivemos que pesquisar bastante. Dividimos a equipe para maximizar a eficiência do trabalho, com cada um explorando uma matéria orgânica diferente como base para a produção do plástico”, diz o aluno Vitor Alexandre.
Além destes componentes, durante os experimentos, os estudantes identificaram a presença de fungos nos primeiros testes de produção. Com olhar crítico e investigativo, decidiram adicionar argila esmectita à fórmula, comparando ao longo de 35 dias os resultados com e sem esse componente. O estudo avaliou aspectos como resistência, tempo de deterioração e aparência dos materiais, e os dados foram organizados e analisados de forma comparativa.
"Durante o desenvolvimento das amostras, enfrentamos alguns desafios. Houve momentos de desânimo entre alguns colegas, que chegaram a achar que o projeto não daria certo... Apesar desses obstáculos, a experiência foi muito positiva. Mostrou que, com persistência e trabalho em equipe, é possível desenvolver soluções mais sustentáveis para melhorar o futuro do nosso planeta", revela o aluno Pedro Santos.
Estima-se que uma sacola plástica leve até 400 anos para se decompor na natureza. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas todos os anos no mundo, sendo que cerca de um terço desse total é usado uma única vez antes de ser descartado (Fonte: ONU Meio Ambiente, 2023). No Brasil, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mais de 1 milhão de toneladas de sacolas plásticas são descartadas anualmente, com baixíssimo índice de reciclagem (O Globo, 2023).
"Os benefícios para o meio ambiente são inúmeros: redução da poluição, menor emissão de gases do efeito estufa, preservação dos recursos naturais… Além disso, o bioplástico incentiva a economia circular e promove o desenvolvimento de tecnologias mais limpas e sustentáveis.", explica o aluno Vinicius Bruno
"Projetos como esse representam exatamente o que buscamos na educação profissional: aliar o conhecimento técnico à responsabilidade social e ambiental. É assim que formamos pessoas conscientes, preparadas para pensar e aplicar soluções inteligentes e eficazes”, explica Gilka Trevisan, diretora de Educação Profissional do Senac.
“É gratificante olhar para os alunos e ver o progresso... A criatividade, comunicação nas apresentações, domínio do assunto e trabalho em equipe realizado, ainda mais com um tema tão relevante para sociedade”, complementa a professora.