29/10/2025 - As tendências que estão mudando a estética no Brasil - Blog
As tendências que estão mudando a estética no Brasil

As tendências que estão mudando a estética no Brasil

O espelho e a consciência.

O espelho deixou de refletir apenas beleza e hoje ele reflete comportamento, saúde e propósito.

A estética no Brasil está vivendo uma das maiores transformações das últimas décadas, impulsionada por novas tecnologias, consumidores mais conscientes e um conceito de beleza que vai muito além da aparência.

O país, que já é o 4º maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, movimentou R$ 173,4 bilhões em 2024, segundo a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE). E não é apenas o volume que impressiona: é o tipo de consumo. A estética brasileira está deixando de ser apenas sobre o “como você parece” para se tornar também sobre o “como você se sente".

Beleza limpa e consumo consciente

O termo clean beauty, ou beleza limpa, chegou com força ao vocabulário da estética. Significa usar produtos com fórmulas mais simples, naturais, livres de substâncias controversas e com menor impacto ambiental.

Mas não é só um modismo: segundo a Mintel, 69% dos brasileiros afirmam que o fator ambiental influencia suas escolhas de beleza, e 42% dizem já ter mudado hábitos de consumo para reduzir seu impacto, segundo a Revista Empreende.

Essa tendência se desdobra no movimento do skin minimalism (significa literalmente 'minimalismo da pele', mas o termo é usado para descrever um movimento de cuidado com a pele que valoriza o essencial), uma espécie de resposta ao excesso de produtos e rotinas complexas. Menos passos, mais propósito. O cuidado diário vira um ritual de atenção e bem-estar, não uma corrida por perfeição.

É também a filosofia do slow beauty (beleza consciente), que valoriza o tempo, a paciência e o resultado sustentável, na pele e na mente.

As marcas responderam rápido: produtos veganos, recargas, embalagens recicláveis e linhas criadas para peles diversas.

A estética deixa de ser sobre “padronizar” e passa a “personalizar”.


Sustentabilidade: quando a beleza encontra a responsabilidade

Não basta parecer bem, é preciso fazer bem.

A sustentabilidade virou um dos pilares do novo mercado da estética.

Segundo a NielsenIQ, seis em cada dez consumidores brasileiros preferem produtos com matérias-primas sustentáveis, mesmo que custem mais.

A Euromonitor aponta que essa preocupação se expandiu para os serviços estéticos: clínicas e spas estão adotando protocolos de descarte consciente, equipamentos de menor consumo energético e cosméticos com origem rastreada.

Esse novo olhar também passa pelo que não se vê: cadeias produtivas mais éticas, transparência nas fórmulas e respeito aos direitos animais.
A estética moderna entende que a beleza de um produto começa antes do frasco e vai muito além da prateleira.


Injetáveis e procedimentos minimamente invasivos: o novo mainstream da estética

Os injetáveis se tornaram o símbolo da estética contemporânea. Uma mistura de ciência, técnica e arte.
De tratamentos com toxina botulínica a preenchimentos faciais, esses procedimentos deixaram de ser tabu para se tornarem parte da rotina de milhões de brasileiros.

Segundo a Fortune Business Insights, o mercado global de injetáveis faciais movimentou cerca de US$ 8,9 bilhões em 2023 e deve alcançar US$ 17,2 bilhões até 2032, crescendo mais de 11% ao ano.

Na América Latina, o avanço é de 6,9% ao ano, com o Brasil liderando a expansão — impulsionado principalmente pelos procedimentos de harmonização facial, que cresceram 540% nas buscas do Google desde 2020.

O fenômeno é explicado pela busca por resultados rápidos, naturais e com mínima recuperação.

Mas junto vem o alerta: a popularização de práticas injetáveis exige profissionais qualificados, com domínio técnico e ético.

É por isso que a formação em estética evolui, hoje inclui módulos sobre anatomia, biossegurança, responsabilidade e limites de atuação.

Mais do que saber aplicar, é preciso entender o corpo, a mente e o contexto de quem está diante do espelho.

Os injetáveis são o ponto de encontro entre tecnologia e sensibilidade humana. E representam um marco: o momento em que a estética se consolida como campo científico, não apenas estético.


Estética masculina: o fim de um tabu

Durante muito tempo, o cuidado masculino era disfarçado de “praticidade”. Agora, virou expressão de identidade.

De acordo com estudo da ABIHPEC, os homens já representam quase 30% da clientela das clínicas de estética no Brasil, e o mercado global de beleza masculina cresce a uma taxa média de 9,1% ao ano até 2030, segundo a ABRE.

A nova estética masculina é plural: vai da barba bem cuidada ao skincare diário, dos procedimentos a laser à harmonização facial.

Mais que vaidade, é autoconhecimento. Esse movimento redefine o próprio mercado impulsionando novos produtos, serviços e especializações.


Beleza emocional e bem-estar mental
Mulher deitada de barriga para baixo na cama

A pandemia acendeu um alerta: estética não é apenas aparência.

A relação entre cuidado estético e saúde mental nunca foi tão evidente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é um dos países com maior índice de ansiedade do mundo e práticas de autocuidado vêm sendo apontadas como aliadas da saúde emocional.

Clínicas, spas e profissionais estão criando experiências que combinam terapias de toque, aromaterapia, ambientes sensoriais e escuta ativa.

O cliente não busca só um resultado, ela busca pausa, acolhimento, presença.
A estética se transforma, de tratamento para o corpo em tratamento para o ser.


O que tudo isso revela

Mulher sentada na cama com computador

As tendências que moldam o mercado da estética mostram uma transição clara:

·        *  da superfície para a profundidade

·        *  do consumo para a consciência

·        *  da técnica para o significado

O futuro da estética no Brasil é híbrido, entre a ciência e o cuidado, o toque humano e a inovação tecnológica.

É preciso entender que estamos diante de uma geração que entendeu que cuidar de si é, um ato de cuidado, mas também de saúde como um todo.